Ele tem os mesmos sonhos de sempre.
Ela gosta, e faz deles os seus.
Ele espera.
Ela também.
Têm entre eles um universo.
Um mundo que se virou sozinho do avesso.
Ele, escreve-lhe todos os dias.
Existem folhas espalhadas por todo o quarto.
Ela sorri. Acha que é hoje.
Os relógios estão todos parados.
Não existem janelas, nem quadros.
Ele já não tem papel.
As folhas já não estão espalhadas pelo quarto.
Os ponteiros ganharam vida.
Ele está cansado.
Ela descobriu uma pequena janela.
A noite chega, e com ela dores maiores.
Ele dorme.
Ela não.
Acha que é hoje.