Friday, May 1, 2009



Tenho minhas, apenas as palavras .
Tenho palavras, que nem palavras são. Palavras que deito por fora, e outras tantas que guardei só para ti.
Guardo palavras no bolso, palavras no peito. Algumas digo-as ao ouvido, sem o mínimo de respeito por quem pelo canto do olho, nos observa e me inveja.
Procuro ainda hoje novas palavras que expliquem o que somos.
O que somos quando te toco. O que somos quando as minhas palavras te tocam .
Tenho palavras escritas em cada parte do teu corpo, que hoje como sempre, quis perto de mim.
Tenho palavras trocadas, escritas do avesso, palavras que tiram do sério, que fazem meio mundo não gostar de mim. Tenho palavras para dizer que te adoro. Para dizer-te que gosto que as leias. E que hoje como sempre, me fizeste falta.
Não sabes o quanto me fazes falta…
Tenho cravadas na pele, palavras deixadas no escuro que ainda hoje, temo que se cruzem contigo.
O desejo pode ser perigoso. As palavras também.
Gastei contigo demasiadas, restam-me poucas escondidas. Algumas são minhas, outras nem tanto. Encontrei-as debaixo do teu vestido.
São palavras raras, talvez nunca as tenhas ouvido… palavras de outros tempos, de outros mundos…de um amor como o que nos roubaram. Como o amor que me roubaste.
Palavras que ainda hoje dormem ao relento, sem tecto nem corpo, sem voz nem cheiro.
Nem vivas, nem mortas.
Nem minhas, nem tuas.


“ Sabes guardar um segredo? “