Thursday, October 30, 2008




Longos meses. Demasiados meses.
Faz muito tempo desde que partiste. Desde que me deixaste por cá contando os dias... Esperando que voltes.
Tu, ou o que ainda resta de ti. Levaste tantas partes minhas que não serás agora muito mais do que um fragmento. Do que uma mistura de males, que um dia foi um só.
Odeio-te hoje mais do que sempre. Ontem odiei-te bastante também... Temo que toda esta ira me acompanhe até ao fim dos meus dias. É demasiada, julgo por vezes que acabará por me destruir.
Verdade.
Temo o que me tornei. Surdo,cego e sofrido. Fechado, oco, sombrio . Não existem espelhos nem relógios, nem dia nem noite. Existes tu a olhar pra mim, escutando as minhas histórias. Lembras-te das minhas histórias?
A maioria inventei...
Com esta triste figura dificlmente espancava aqueles gajos todos. Mas tu escutavas... com o corpo sobre o meu , olhando-me como se quisesses fazer parte.
“Deixa-me fazer parte! “
Deixa-me fazer eu parte de ti, respondia-te.
E tu sorrias.
Sorrias e colavas o peito ao meu, fazias de nós um só...
Por onde andarás tu agora? Será que morreste?
Oxalá que sim. De frio, queimada viva, comida por um elefante...
Provavelmente também o elefante acabaria morto.
Eu que sempre me achei de ferro, sempre tive o que queria, incluindo as tuas amigas. As tuas amigas adoravam-me! Uma confessou um dia que a minha voz já lhe havia roubado algumas noites de sono. E que me desejava.
Desejava-me mesmo .
E eu não te contei, óbvio. Tal era o medo que te fosses de vez...
Agora dizia-to ao ouvido, enquanto te esventrava numa qualquer esquina.
Saberás ainda o meu nome? Os contornos do meu corpo?
Claro que não...
Só queria saber onde estás, acenar-te ao longe, mostrar-te o que perdeste.
Apresentar-te uma amiga bonita. Fazer te algum dano, algum que fosse.
Mostrar-te o meu esquecimento, a minha indiferença... É a tua indiferença que eu temo. Não provocar em ti emoção alguma...
Ser pedra, ser vento, ser nada.
E que esse nada seja pra ti ainda menos do que isso .
Espero um dia pod..


-"Amor o que estás escrever?"

- " Nada, nada minha flor. Vai andando que já te acompanho"

-"Amas-me mais do que alguma vez amas-te alguém?"

-"Claro que sim princesa. Claro que sim... Dorme"



..er ver-te sofrer. Esperarei para sempre esse dia.

Para sempre.

Saturday, October 4, 2008





Anna: I can't believe you have that picture on your wall.
William: You like Chagall?
Anna: I do. It feels like how being in love should be. Floating through a dark blue sky.
William: With a goat playing the violin.
Anna: Yes - happiness isn't happiness without a violin-playing goat.